Odontologia

Aparelhos invisíveis também podem ser usados por crianças?

Quase imperceptível ao uso, os alinhadores de acetato trazem resultados tão bons ou até superiores ao uso de aparelhos de convencionais

Foto: Divulgação - Os pais não precisam esperar a troca completa dos dentes de seus filhos para cuidar do sorriso deles

Por Joana Bendjouya

Quem precisa fazer tratamento ortodôntico atualmente logo pensa numa possibilidade para não usar os aparelhos fixos. Os alinhadores ortodônticos invisíveis estão entre os tratamentos odontológicos mais procurados pelo fato de serem discretos e considerados imperceptíveis, sendo popularmente conhecidos como aparelhos invisíveis. Além de chamarem menos a atenção, são uma saída para quem deseja fugir dos fios metálicos presentes no aparelho fixo convencional, que geram muito desconforto para os adultos. Com as crianças, essa realidade não é diferente.

De acordo com Fernanda Berwaldt Leal Porto, cirurgiã dentista e especialista em ortodontia e alinhadores invisíveis, a escolha por este modelo é uma alternativa para compensar todo esse desconforto, além de entregar maior satisfação com relação à aparência e o impacto estético que o uso dos aparelhos podem causar, uma vez que os alinhadores na infância são projetado para corrigir dentes tortos, fechar espaços, alinhar dentes projetados fora do eixo correto e expandir arcos dentais muito estreitos. “O tratamento nesta época é realizada no que chamamos de fase um, quando é destinado para crianças de seis a dez anos, quando eles estão na chamada dentição mista. Com dentes de leite e também dentes permanentes na boca, muitas crianças nessa idade já apresentam problemas que podem ser corrigidos”, relata.

Segundo a especialista, os critérios para o uso deste modelo estão ligados às condições clínicas dos dentes e não à idade da criança ou adolescente. Um fator importante é o uso da tecnologia para esta modalidade de aparelho, uma vez que são realizados os moldes de forma digital, permitindo um conhecimento prévio do projeto e resultado, antes mesmo da finalização do aparelho e do tratamento.

“Os alinhadores são produzidos a partir de um escaneamento dos dentes e sem a necessidade das moldagens. Por se tratar do público infantil, a realização instantânea do escaneamento, assim como o planejamento digital, permite ao profissional trabalhar com eficiência e precisão. Como as crianças estão em fase de crescimento e troca de dentes, as arcadas estão em constante alteração, o que pode levar a um replanejamento do caso, quando necessário”, explica Fernanda.

No mercado existem várias opções, desde as marcas nacionais até as importadas, que possuem diferentes recomendações clínicas. A dentista explica que não existe a necessidade de dúvidas sobre o aparelho ortodôntico para crianças, bem como a melhor idade para iniciar o tratamento por receio de afetar o crescimento dental dos pequenos, pois todo tratamento é realizado de forma individual e personalizada, analisando cada situação e atuando na necessidade. “O uso na infância pode ajudar no desenvolvimento correto da arcada dentária das crianças, sem prejudicar o conforto”, comenta.

Quando a criança está mais crescida, após os dez anos, e já não se encaixa mais na fase um do tratamento, a dentista explica que se não houve nenhuma intervenção anterior o risco de comprometimento pode, na maioria dos casos, ser maior e o tipo de tratamento mais invasivo. “Muitos pais, por falta de conhecimento, por receio, acabam procurando atendimento quando os filhos já estão com 12 ou 13 anos, às vezes até mais, achando que quando são pequenos não têm como serem tratados. Em algumas situações o problema já está bem grande, com crianças, ou pré-adolescentes com problemas de crescimento nos ossos da face. Em alguns casos não tem mais como usar um aparelho, são casos já cirúrgicos”, alerta a dentista.

O tratamento funciona da mesma forma para adultos e crianças. Os alinhadores são feitos de forma exclusiva e aplicam força leve apenas nos dentes que precisam ser movimentados. Diferente do aparelho fixo, este modelo pode ser retirado para as refeições, higienização bucal e prática de esportes. Cada alinhador é utilizado por duas semanas aproximadamente e embora cubra os dentes, ele é praticamente invisível, não atrapalhando a fala, não causando irritações ou ferimento na boca com fios e metais.

A troca destes ocorre em média de sete a dez dias e cada placa tem um movimento preciso que irá executar em determinados dentes, além de cada alinhador ter uma numeração própria e a data em seu estojo, indicando a troca para o próximo, podendo assim ser acompanhado pelo paciente e o dentista. “No caso das crianças isso é também um impacto sobre as perdas, que são comuns de acontecer. Mas como existe essa troca de alinhadores depois de um determinado tempo, não existe a necessidade, como no aparelho convencional, de fazer um novo, que tem um tempo de confecção, além do custo”, salienta Fernanda.

A adesão dos pequenos costuma ser maior do que com os aparelhos tradicionais, já que são considerados mais confortáveis e de fáceis manuseio. A dentista explica ainda que para os pais que ficam preocupados pelo fato de não ter controle sobre o tempo de uso, esse tipo de aparelho tem um dispositivo azul escuro na lateral e quanto mais o paciente usar, mais claro irá ficar. Através dele, os pais conseguem monitorar o progresso do uso do alinhador, garantindo o sucesso do tratamento.

Vantagens
- Facilmente removível, o que facilita a alimentação e higienização do aparelho.
- É transparente, portanto não altera a aparência do sorriso e não atrapalha no dia a dia.
- Os alinhadores são feitos a partir de um molde 3D exclusivo, o que permite a criação de aparelhos totalmente personalizados e adaptados, além de mais confortáveis.
- O escaneamento do sorriso da criança é feito de forma totalmente virtual, sem o desconforto dos moldes convencionais.
- Maior conforto na utilização, cobrindo apenas os dentes, e não o palato.
- Não machuca a boca.
- Não afeta a mastigação, sendo possível se alimentar normalmente, sem restrição de tipos de alimentos.
- Não compromete a fala das crianças.
- Pode ser usado sem preocupação nas práticas esportivas e na escola.
- Não há necessidade de confecção de um novo aparelho em caso de perda, sendo necessário apenas adaptar o próximo alinhador.

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